Nesta quarta-feira (31/7), o governo dos Estados Unidos criticou novamente a falta de transparência no processo eleitoral da Venezuela, além de cobrar a divulgação dos boletins de urna do Conselho Nacional Eleitoral que declarou a vitória do presidente Nicolás Maduro.
“Nossa paciência e a da comunidade internacional está se esgotando enquanto aguardamos que as autoridades eleitorais venezuelanas se esclareçam e divulguem os dados detalhados sobre esta eleição”, disse o porta-voz do governo dos EUA para assuntos de segurança, John Kirby.
Kirby reforçou que o Centro Carter e observadores independentes divulgaram um relatório afirmando que “a eleição presidencial de 2024 na Venezuela não atendeu aos padrões internacionais de integridade eleitoral e não pode ser considerada democrática”.
O porta-voz dos EUA ainda declarou que tem “sérias preocupações sobre os relatos de vítimas, violência e prisões, incluindo os mandados de prisão que Nicolás Maduro e seus representantes emitiram hoje para líderes da oposição”, além de condenar a violência política e a repressão.
O Centro Carter e observadores independentes acompanharam a eleição de domingo (29), na qual o Conselho Nacional Eleitoral declarou e proclamou Maduro reeleito para um terceiro mandato.
“O Centro Carter não pode verificar ou corroborar os resultados da eleição declarados pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE), e a falha da autoridade eleitoral em anunciar resultados desagregados por seção eleitoral constitui uma grave violação dos princípios eleitorais”, disse o centro, em comunicado, no final da noite de terça-feira (30).
Segundo o órgão, a Venezuela “violou inúmeras disposições de suas próprias leis nacionais”:
“A eleição ocorreu em um ambiente de liberdades restritas para atores políticos, organizações da sociedade civil e a mídia. Ao longo do processo eleitoral, o CNE demonstrou um claro viés em favor do titular”, disse.