OAB-DF suspende carteira de advogado que agrediu mulher no Sudoeste

Foto: Reprodução

O advogado Cledmylon Lhayr Feydit Ferreira, de 60 anos, teve a carteira da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) suspensa por 90 dias após agredir a também advogada Giselle Piza de Oliveira, 41 anos, com tapas, socos e puxões de cabelo em um estacionamento na CCSW 5, no Sudoeste, após uma discussão sobre cães.

A briga aconteceu na última segunda-feira (20/3), e foi filmado por populares. A decisão da suspensão foi tomada pelo Tribunal de Ética Disciplina (TED) da instituição. O colegiado também abriu processo disciplinar, com ampla defesa, que pode culminar na expulsão do advogado.

“A OAB-DF irá instaurar imediatamente o processo de suspensão preventiva desse profissional, assim como procederá processo de inidoneidade moral que pode culminar na expulsão do profissional dos quadros da advocacia brasiliense”, disse o presidente do Tribunal de Ética e Disciplina da OAB-DF, Antonio Alberto Cerqueira.

Em nota, a Comissão da Mulher Advogada da OAB-DF manifestou repúdio as agressões e disse que irá acompanhar a investigação do caso e a punição necessária “dentro das nossas competências e possibilidades, sendo observados o devido processo legal, a ampla defesa e o contraditório”, afirmou.

“Gizelle Piza foi vítima de desrespeito e de agressões físicas em 20 de março de 2023. A atitude do agressor é misógina e covarde. Não toleramos qualquer tipo de violência contra as mulheres”, completou.

Versões

Dona de um shih-tzu, a advogada disse que foi atacada pelo cachorro de Cledmylon, que estava solto, e o repreendeu, dizendo que o animal deveria estar na coleira e guia. Logo após ela chamou a polícia. Segundo a advogada, o homem entrou no carro para fugir, mas ela começou a gravar a placa dele. Depois disso, ele partiu para cima dela.

Testemunhas filmaram o momento da agressão. A mulher levou dois socos no rosto, foi puxada pelos cabelos e derrubada no chão. Ela chegou a entrar no carro do advogado para impedir que ele fugisse do local.

Após as agressões, a Polícia Militar (PMDF) chegou e prendeu o homem em flagrante. No carro dele, os policiais ainda encontraram um canivete. Ele vai responder por lesão corporal, omissão de cautela na condução de animais e porte de arma branca. Após a prisão, o advogado assinou um termo circunstanciado de ocorrência e foi liberado.

Em depoimento à polícia, o advogado contou uma versão diferente da história relatada pela colega. Disse ao delegado que o cachorro da mulher atacou o cachorro dele, da raça cotton tullear.

Ele disse também que, durante a briga, Giselle teria chamado o cão dele de mordedor, agressivo, violento. E acrescentou ao depoimento que a mulher entrou no carro dele pela porta de trás, puxou o cachorro dele para fora do veículo e também o ofendeu, chamando-o de “velho maqueba”.

Veja o vídeo:

<
plugins premium WordPress